Soneto - XVIII (ou A Solidão) letra

Eu fumo e tusso e me estrangulo.
Machuco o peito, a carne, a face.
Escarro acido de cor contraste,
mastigo e mordo, arranco, engulo...

Me dói à vida e os seus arreios,
o sol, o céu, o mar, o vento,
me faz tão mal o contentamento...
E muito dói porque te tenho!

Perdi meus os olhos e os anseios
- "A vida é bela, porque vivemos!"
Não vejo nada que não soubemos...

Assim eu vivo, tão tristemente,
com dor de tudo que é contente,
contigo e só, só eu, somente...

Contos de Joaquim - Letras

• Soneto - XIX (ou O Ciúme)
• Soneto - XV (ou À Sofia)
• Soneto - XVI (ou A Depressão)
• Soneto - XVII (ou O (en)Fado)
• Soneto - XVIII (ou A Solidão)
• Soneto - XX (ou A Tristeza)
• Soneto - XXI (ou O Egoísmo)
• Soneto - XXII (ou A Vaidade)
• Soneto - XXIII (ou O Herói)
• Soneto - XXIV (ou A Fonte Seca)
• Soneto - XXIX (ou O Motivo)
• Soneto - XXV (ou O Jardim)
• Soneto - XXVII (ou Os Irmãos)
• Soneto - XXX (ou A Paixão)
• Soneto - XXXI (ou O Amor)
• Soneto - XXXII (ou A Vida)
• Soneto - XXXIII (ou O Martírio)
• Soneto - XXXIV (ou A Confiança)
• Soneto - XXXV (ou O Agradecimento)
• Soneto - XXXVI (ou A Oração)
• Sonetos - XXVI (ou A Esmola)